O mundo pop
Já tratamos das diferenças entre a cultura popular e a cultura erudita. No âmbito da cultura popular, embora com todas as especificidades que apontamos, está a cultura de massa (que pode ou não estar a serviço da indústria cultural). Mas nesse universo cultural ainda há espaço para o que se convencionou chamar de cultura p o p. Essa expressão também veio do inglês e designa, segundo o Houaiss, a “cultura popular disseminada pelos meios de comunicação de massa”, traduzindo também a ideia de algo que é “conveniente à maioria das pessoas”, que é “aceito ou aprovado pela maioria”. Por esse motivo falamos em arte pop ou em música pop. São manifestações culturais populares, com tendências à massificação, que costumam ganhar a atenção principalmente dos jovens. Mais do que isso, são produtos da indústria cultural, que, em linhas gerais, apenas reiteram os valores institucionalizados, sem jamais questioná-los. Muitos estudiosos e a maioria dos intelectuais engajados costumam opor a cultura popular “autêntica” e a cultura pop. Como escreve Teixeira Coelho:
Para esses, a cultura popular (a soma dos valores tradicionais de um povo, expressos em forma artística, como danças e objetos, ou nas crendices e costumes gerais) abrange todas as verdades e valores positivos, particularmente porque produzida por aqueles mesmos que a consomem, ao contrário do que acontece com a pop. Este traço da produção pelo próprio grupo (caracterizando o valor de uso da cultura) é positivo (…).
Teixeira Coelho, porém, não acha justa a demonização da cultura pop, a despeito de reconhecer que ela tenha como característica “poucos centros de produção e uma recepção difusa”, o que é meio caminho andado para a dominação e para a padronização cultural.